Alguns colegas chamaram nossa atenção para determinados investimentos feitos pela Previ, em valores extremamente altos, de maneira que resolvemos fazer algumas perguntas para a Sr. Diretor de Investimentos da Previ a respeito do assunto. Nossa carta, de 22 de fevereiro/2016 ainda não nos foi respondida. Para que todos tomem conhecimento estamos a seguir dando publicidade do inteiro teor daquela correspondência:
“Curitiba (PR), 22 de fevereiro de 2016
Ilmo. Sr.
MARCUS MOREIRA DE ALMEIDA
DD. Diretor de Investimentos da PREVI
Praia de Botafogo nº 501 – 3º e 4º andares
Rio de Janeiro RJ
Senhor Diretor,
Solicitamos o especial obséquio de nos responder sobre os questionamentos abaixo, tendo em vista que a Previ sempre nos informa da lisura e da honestidade dos seus investimentos.
“O que norteou a diretoria da PREVI a investir numa empresa/ponte como a SETE BRASIL S.A. para a construção de navios sonda, quando na realidade a PETROBRÁS poderia ter realizado contratações diretamente aos estaleiros, diminuindo assim os custos do atravessador”;
A SETE BRASIL S.A. foi criada em 13/05/2010, em São Paulo, e constituída/operacionalizada no Rio de Janeiro em dezembro de 2010, http://www.jundiaionline.com.br/colunistas/sp-formalizada-a-criacao-da-empresa-sete-brasil-13 com capital de R$ 270.000.000,00 que, juntamente com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS), assumiu o contrato para a construção de sete sondas de perfuração marítima – as primeiras produzidas no Brasil a serem utilizadas para atendimento no programa de perfuração de longo prazo da PETROBRÁS nos poços no pré-sal. A previsão de entrada em operação das novas sondas seria para 2015. Também foi contratada pela PETROBRÁS, SEM LICITAÇÃO, para o fornecimento de outros 21 navios sonda no valor de US$ 25 bilhões.
Dentro desse enfoque o que levou a Diretoria da PREVI a investir através do Fipsondas, numa empresa com capital de R$ 270.000.000,00 que somando a capitalização de todos os investidores perfez o valor de R$ 8,3 bilhões e empréstimos somaram US$ 4,6 bilhões (menos da metade do valor necessário para se cumprir o valor total a ser dispendido, 10 anos de investimento e 10 anos de desinvestimento) para a construção de sondas?
Qual foi o hiato entre o desembolso dos valores dispendidos pela PREVI e o efetivo crédito de investimento no Fipsondas na conta da SETE BRASIL? Por que ele ocorreu?
Qual foi o parecer do GTI (Grupo Técnico de Investimento) ao analisar/recomendar o investimento à Diretoria da PREVI, uma vez que a contratação de 21 navios sonda por US$ 25 bilhões (US$ 1.190.000.000,00 a unidade) quando no mercado tinha navios sendo construídos por US$ 700.000.000,00 (uma variação de US$ 490.000.000,00 por unidade)?
Quais foram os diretores/representantes da PREVI que ocupam/ocuparam assentos no Conselho de acionistas na SETE BRASIL e quais foram as bonificações recebidas no período?
Quem recebeu os dividendos de 30% em 2012 e 20% em 2013 em nome da PREVI, conforme dados dos balanços, uma vez que a SETE BRASIL nesse período estava na fase de 10 anos de investimento, portanto, ainda não tinha auferido receitas? De onde saíram esses recursos?”.
Limitados ao exposto firmamo-nos,
Atenciosamente.
NEREU JOÃO LAGOS
Presidente.
